Falar do passeio a cavalo dentro do Parque Nacional da Serra do Cipó é falar de uma parceria rara entre a gestão de uma unidade de conservação e os saberes tradicionais. Nada de improviso: é acordo antigo, costurado com calma, muito semelhante ao que acontece na Chapada Diamantina, onde famílias vivem dentro da UC em regime permanente — algo impensável na maioria dos parques, que costumam ser intocados. Aqui no Cipó, essa convivência foi organizada para permitir uma atividade que faz parte da cultura local, mas sem descuidar da preservação. E funciona.
O trajeto segue até a Cachoeira da Farofa, num circuito de cerca de 9 km aos pés da Serra do Espinhaço. É aquele tipo de paisagem que não precisa de marketing: 360 graus de tirar o fôlego, com mata ciliar, rios, mata atlântica, cerradão e campos rupestres — esse último, por sinal, um dos biomas mais endêmicos do Brasil. Traduzindo: um mundo de plantas e bichos que só existem aqui. Motivo mais que suficiente para reforçar a importância de ir sempre com um guia local credenciado. Segurança, leitura de ambiente e respeito ao território não se improvisam.
O passeio dura em média 4 horas e é acompanhado pelo próprio condutor proprietário do cavalo. É o famoso “quem cria, cuida”. O resultado é um ritmo tranquilo, bem conduzido e sem forçar os animais.
Esse acordo que permite cavalos — um animal exótico em plena UC — é único no Brasil. E não é oba-oba, não:
Apenas quatro condutores são credenciados.
O número de passeios é limitado.
As trilhas são fixas e monitoradas.
Os animais passam por exames a cada 6 meses.
Há critérios de porte físico, saúde e manejo.
Resumindo: não é chegar com qualquer cavalo e achar que vai entrar. Aqui a regra não balança.
Depois da cavalgada, o caminho termina numa prainha de água doce. Ali o tempo dá uma desacelerada boa. É onde rola o piquenique, aquele momento simples, sossegado e com a recompensa final: refrescar o corpo e a cabeça até o fim da tarde. Tradição, natureza e manejo responsável no mesmo passeio. A Serra do Cipó agradece — e quem faz também.
Organizar um passeio equestre dentro de uma unidade de conservação não é simplesmente “agendar e ir”. Aqui na Serra do Cipó, tudo passa por uma curadoria séria, feita com o pé no chão e o olhar atento às regras do parque e ao bem-estar dos animais. É esse cuidado que garante que a atividade continue existindo sem prejudicar o território — e mantendo viva uma tradição que faz parte da história local.
escolher condutores credenciados e autorizados
respeitar o limite diário de cavalos
garantir que os animais estejam saudáveis e dentro dos critérios técnicos
seguir trilhas oficiais e monitoradas
ajustar o passeio ao perfil do visitante, sempre priorizando segurança e preservação.
Nada é feito no susto. É tudo planejado para que você tenha uma experiência autêntica, segura e respeitosa com o parque — e com os campos rupestres, que já nasceram raros.
Se quiser realizar esse passeio, faça o caminho certo: entre em contato com a Conecta Cipó ou com a Cipó Trails.
São empresas locais, conhecem o território como poucos e trabalham alinhadas com as normas do parque e com os condutores autorizados. Tradição com responsabilidade. A Serra agradece.
Este passeio integra as Rotas do Cipó, um conjunto de experiências que revelam o melhor do “Jardim do Brasil” entre Jaboticatubas e Santana do Riacho. Aqui, cada trilha conecta natureza, cultura e gente da terra. Com o apoio dos condutores locais, você conhece não só a paisagem, mas as histórias que dão sentido a ela. Dentro das Rotas Jardim, Fôlego e Origens, sempre existe a aventura certa para cada visitante — e este passeio equestre é uma delas.