Juquinha da Serra: Uma lenda da Serra do Cipó
José Patrício, conhecido como Juquinha da Serra, vivia naquela região onde a estátua está erguida atualmente. Com 3 metros de altura, a escultura harmoniosamente se integra à paisagem do Espinhaço. É uma das únicas esculturas no Brasil que fica em meio à natureza, ao ar livre, longe de monumentos e praças, exatamente no coração do Parque Nacional Serra do Cipó.
Juquinha ganhou notoriedade na região devido ao hábito de visitar veículos que paravam com passageiros para descansar e apreciar a paisagem. Sabendo disso, ele costumava se aproximar para conversar e vender ou trocar plantas por alimento ou dinheiro. Em uma determinada ocasião, ele entregou uma espécie de orquídea ainda não catalogada, a Constantia cipoensis, para a botânica Nanuza Luiza de Menezes.
A partir desse momento, Juquinha ganhou notoriedade, embora eu não considero isso algo positivo, pois ele não tinha consciência da raridade das plantas que coletava. No entanto, compreendo a inocência dele nessa questão. Nanuza, que participou da criação do Parque Nacional Serra do Cipó, utilizou o endemismo da planta e de seu habitat para destacar ainda mais a importância da conservação daquela região.
A curiosa história do Juquinha da Serra do Cipó relata um evento em que ele foi dado como morto, mas acordou no meio do seu próprio velório. "Um dia, seu Juquinha não acordou e a família acreditou que ele havia morrido. O coração dele não batia, não tinha pulso, nada. Nós o sacudimos. Parecia morto mesmo", relata um conhecido de Juquinha. Muitos contam histórias sobre Juquinha, como a de que ele "morreu" duas vezes e ressuscitou durante o velório, criando mitos de que ele não era um ser humano, mas sim um alienígena, gnomo, duende ou alguma criatura mitológica, atribuindo-lhe a capacidade de ressurreição. As histórias sobre o Juquinha não param por aí. Dizem que ele mamou na loba, comeu escorpiões, foi picado por diversas cobras e tinha mais de cem anos.