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A Serra do Espinhaço se estende por Minas Gerais e Bahia e é considerada a única cordilheira do Brasil — um imenso conjunto de montanhas que corta o país de sul a norte, funcionando como um divisor natural das grandes bacias hidrográficas do Sudeste.
O nome “Espinhaço” vem do século XIX, dado pelo naturalista alemão Wilhelm Ludwig von Eschwege, que percebeu na sua formação o eixo central do relevo mineiro — como se fosse a própria espinha dorsal do Brasil.
O Espinhaço nasceu há mais de 1,5 bilhão de anos, num processo geológico lento e poderoso. Apesar do nome “serra”, trata-se de um planalto elevado, com altitudes que chegam a mais de 2.000 metros. Essa geologia antiga moldou paisagens únicas — com vales, paredões e campos de altitude que abrigam uma biodiversidade impressionante.
A cordilheira tem cerca de mil quilômetros de extensão, começando entre Ouro Branco e Catas Altas, em Minas, e terminando próximo a Xique-Xique, na Bahia. Entre seus pontos mais altos estão o Pico do Sol, o Pico do Inficionado, o Pico da Carapuça e o Pico do Itambé — verdadeiros mirantes naturais do Espinhaço Meridional.
Em 2005, a região foi reconhecida pela UNESCO como Reserva da Biosfera da Serra do Espinhaço, pela sua importância ecológica e cultural. Essa faixa de montanhas abriga mais da metade das espécies ameaçadas de extinção de Minas Gerais.
Os campos rupestres, ecossistemas que só existem em topos de serras acima de 900 metros, são a marca registrada da paisagem. São ambientes frágeis, mas de uma beleza ímpar — e por isso merecem respeito e visitação responsável.
Na porção sul do Espinhaço está a Serra do Cipó, um dos destinos mais emblemáticos de Minas Gerais. A região é famosa pela diversidade de flores e plantas endêmicas, que renderam o apelido de “Jardim do Brasil”.
O solo quartzítico e as formações rochosas criaram um cenário de montanhas, cânions e cachoeiras. Além disso, o Cipó possui mais de cem cavernas registradas, muitas ainda pouco conhecidas — como as grutas da Viola, do Padre Borges e do Gentio.
Toda essa área está dentro do Mosaico Serra do Cipó–Intendente, que engloba o Parque Nacional da Serra do Cipó e a APA Morro da Pedreira. É uma região de transição entre o Cerrado e a Mata Atlântica, o que explica a riqueza de espécies e paisagens.
No sopé do Pico da Lapinha, o distrito de Lapinha de Belém (ou Lapinha da Serra) preserva o jeito simples da vida no alto da montanha. Parte da Estrada Real, é um refúgio de tranquilidade, culinária caseira e vinho de jabuticaba — tradição que vem de gerações.
A Serra do Espinhaço é um destino para quem busca natureza, história e autenticidade. Do Caminho dos Diamantes da Estrada Real, que liga Ouro Preto a Diamantina, às trilhas e cachoeiras escondidas em Conceição do Mato Dentro, o visitante encontra experiências únicas — desde que respeite o território e as comunidades locais.
No norte de Minas, Grão Mogol mostra como é possível unir preservação e turismo de qualidade. A antiga cidade dos diamantes virou um exemplo de revitalização, com crescimento constante no setor e valorização do patrimônio histórico.
Entre as atrações estão o Parque Estadual de Grão Mogol, a Trilha do Barão, as cachoeiras Véu de Noiva e do Mirante, e o impressionante Presépio Natural Mãos de Deus. A cidade também aposta no enoturismo, com vinhos produzidos em altitude pela Vinícola Vale do Gongo.
Mais ao centro do Espinhaço, Conceição do Mato Dentro tenta equilibrar o crescimento econômico com a preservação ambiental. É aqui que nascem projetos como a Rota das 10 Cachoeiras, que valoriza o Turismo de Base Comunitária (TBC) — uma forma de turismo que distribui renda, fortalece a cultura local e respeita o meio ambiente.
Com quatro unidades de conservação e paisagens icônicas como o Parque Estadual Serra do Intendente e o Parque Natural Municipal do Tabuleiro, a região mostra que o turismo pode ser uma ferramenta de justiça ambiental e social.
A Serra do Espinhaço é vasta, frágil e cheia de surpresas. Para aproveitar ao máximo, contrate sempre um guia local. Além de garantir segurança nas trilhas e nas travessias, você apoia quem vive e protege essa montanha.
Quer conhecer melhor as trilhas, cachoeiras e comunidades da Serra do Cipó e da Cordilheira do Espinhaço? Nosso portal e um portal independente, sem anúncios, com informações reais sobre natureza, cultura e conservação.